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janeiro 28, 2013

Poetisa

                                                              Visto-me de tantas histórias
As vezes tem Sol a encher de vida
os aposentos do castelo
ou o breu do sótão
 sem janelas.

No luxo... glamour, puro brilho
e society,
Sem destino vejo um fio da lua
entre as tábuas do meu  quarto.

Fui Rapunzel aprisionada...
mas senti a liberdade das  estradas
 sob ruídos
de rodas enferrujadas.

Digo de peito aberto:
- conheço o mais amargo gosto
e o  mel do mais fino licor

Que veio de Piemonte
em taças com marzipan
e beiradas de ouro

Sabe onde moro e sempre morei?
dentro das páginas de um livro
que se chama :

 “Uma linda história de amor!”

aut. Marllene Rodrigues





janeiro 12, 2013

Quero que saibas uma coisa.

Se olho a lua de cristal, os galhos vermelhos
do outono em minha janela,
se toco junto ao fogo as impalpáveis cinzas
no corpo retorcido da lenha,

tudo me leva a ti,
como se tudo o que existe:
aromas, luz, metais,
fossem pequenos barcos que navegam
em direção às ilhas tuas que esperam por mim.

fragmento - Pablo Neruda

Meu Anjo

Um anjo vem todas as noites:

senta-se ao pé de mim, e passa
sobre meu coração a asa mansa,
como se fosse meu melhor amigo.

Esse fantasma que chega e me abraça
(asas cobrindo a ferida do flanco)
é todo o amor que resta
entre ti e mim, e está comigo.

Lya Luft

janeiro 06, 2013

dezembro 08, 2012

Quem é você?

Viajo em pensamento, para ver a cena
de um anjo que dorme, sem pesadelos
beleza sóbria serena.

sua pele é minha proteção
é a minha tenda
que guarda o coração
de  Madalena
respiro a respiração
deste simulacro  que é sua boca
ofegante vermelha, louca.

Aut. Roberto Andrade

Janelas

Escancarei o mundo,
lavei  vidros embaçados
que escondiam o Céu.

Sementes floriram no beiral
daquela janela...Verão quente
...no peito alado... a primavera
adorna minh'alma de todas as cores!

(fragmento -Brida Di Beenergan - het MR)
 

dezembro 07, 2012

Eternamente


Para meu coração teu peito basta,
para que sejas livre, minhas asas.
De minha boca chegará até o céu
o que era adormecido na tua alma.

Mora em ti a ilusão de cada dia
e chegas como o aljôfar às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência,
eternamente em fuga como as ondas.

Eu disse que cantavas entre vento
como os pinheiros cantam, e os mastros
Tu és como eles alto e taciturno.
Tens a pronta tristeza de uma viagem.

Acolhedor como um caminho antigo,
povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Despertei e por vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

Pablo Neruda